sexta-feira, 12 de maio de 2017

Falta d'assunto



Tudo gente boa... (repare-se nos "gostos")

Falta d'assunto

Na esfera do poder estatal 
Supõe-se o serviço público,
E a RTP é um canal único, 
Qu'é pago por serviço igual...

Essa igualdade de referência
No tratamento, 
Exige niss'o cumprimento,
Face à concorrência!

Qu'os outros, por privados,
Se vendam a interesses vários,
Estão na gestão dos seus erários,
E nos seus conteúdos controlados...

Mas agora na RTP
Existir tal desigualdade,
Só prova qu'a arbitrariedade
É o que se vê!

Qu'o lampião de Paredes
Ali sej'a parda eminência,
Só prov'a coincidência 
Do que lá se vê em tais redes..

É pura propaganda 
O nosso serviço público de televisão,
E só import'a alienação 
Por quem a manda!

Os lampiões do norte
São os mais refinados,
Porque nisso estão trocados 
Na sua sorte!

Queriam ter nascido alfacinhas,
E não se perdoam!
E agora para que não destoam 
São nisso picuínhas!

São mais lampiões qu'os de Lisboa,
Os lampiões do norte,
E quando se têm na corte 
Ambicionam a coroa!

São mais papistas qu'o Papa
Os lampiões enxertados!
E s'um dia coroados,
Nasceram já na Lapa!

Esquecem as raízes
Das suas origens,
E fingem-se mais virgens 
Qu'as próprias meretrizes!?

Estes lampiões
No alto do seu poder,
Querem fazer-nos crer 
Das suas boas intenções...

Um serviço público
Qu'esquece o resto do país,
Só pode ter raiz 
De poder único!

O mundo é lampião
Ali na "Tv pública",
E não há nisto rúbrica 
Que não entre o "campeão"!?

Que gritem esses golos do "glorioso"
Em directo,
E qu'o povo ache correcto 
O travo indecoroso...

O resto dos portugueses
Não existem,
E a isto ainda assistem 
Como fregueses!?

Eu tenho que pagar
Ainda qu'os não veja,
E a minha liberdade causa inveja 
A quem pode emigrar!?

Fugir deste Estado de sítio,
Desta pseudo-democracia!
E esquecer esta trilogia
Do nosso mito:

Fátima, Futebol e Fado!
E a "nossa" RTP a dar cobertura;
O qu'o regime perdura 
Por televisionado!!

As aberturas da festa do título,
O sincronismo da visita papal...
Um país bendito por Portugal...
Ridículo!

Esta massa desmiolada 
De gente crente,
E que tivemos por clarividente 
A anunciada!?

A festa do título,
Não a Nossa Senhora!
Porque se fosse outrora 
Eu ía pr'o patíbulo!!

Ia ser julgado 
Por franca heresia,
Porque nunca lá me cria 
De ser abençoado!

E qu'é tudo arte 
O ganhar bem ganho!
E qu'o país não tem tamanho, 
Mas tem um baluarte!

Não esse nosso 
Na muralha fernandina, 
Mas este na medina,
Com fosso!

Esse que divide 
O país em taifas,
E tem cá por califas 
O remanescente da PIDE!

Por isso opinar 
Pode ser um jogo perigoso, 
Não vá "glorioso"
Denunciar...

E ver-me acossado 
Já p'lo Meirim, 
E seja deportado para Cochim
Por desalinhado...

E tenha que me reciclar
Num curso de Francês,
Porqu'o meu Português 
Lá me fez expulsar...

Ao menos uma "união"
Mesmo que "ibérica",
E ter uma carta esférica 
Pr'a outra navegação...

E mesmo que louco
Sej'o aliado, 
Antes que tudo seja tomado 
Se dê o troco!

Contr'o regime
Muitos seremos poucos,
Porque eles estão sôfregos 
De crime!

E já vale tudo,
Tod'a desfaçatez!
E ganhando desta vez 
Ganham o "mundo"!

Estão tão confiantes 
Que não têm perdas,
Qu'até metem a Relvas 
No coro dos navegantes!

Vai tudo par'o galinheiro
Cantar na festa...
E aquilo que nos resta 
É o estrangeiro...

Ao menos
Por estes dias...
E ainda crer que Bartolomeu Dias 
Perdeu os remos...

E já não navegou
Mais adiante,
E qu'isto é o bastante 
Do que se legou!

Ainda falta muito 
Pr'a sermos uma nação a sério;
Falta-nos critério
E falta-nos assunto!

Joker

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