sábado, 15 de abril de 2017

Ai, quem me dera!


Somos todos Chape!!

Ai, quem me dera!

Ai, quem me dera,
Viver num pais diferente,
Onde eu e tod'a gente 
Não tivéssemos a justiça à espera...

Não que sejamos 
Nisso cadastrados, 
Porque esses são recompensados 
P'los "danos"...

Mas viver em mundo igual,
Sem sobra d'Estado autoritário, 
E o cidadão crer-se tributário 
Em sociedade plural!

Mas aqui o qu'assiste 
No dia-a-dia,
É esta extrema alergia 
De qu'isso não existe!!

Esta gente gosta 
É, sim, de vencer,
Pr'a mostrar poder,
Pr'a dobrar a aposta!

E s'o método não joga
C'as regras legais, 
Fingem-se doutorais 
No uso da toga!

E dez anos à frente 
De tod'a concorrência,
Ganham por inerência 
"Decente"...

Ai, quem me dera,
"Qu'o avião da Chapecoense",
Não se sucedesse...
Na manifestação sincera!!

Não este aproveitamento
Das "virgens ofendidas",
Pr'a lamentar tais vidas 
Roubando tod'o lamento!!

Aqueles que no assassínio,
No roubo e no tráfico, 
Defendem-se do trágico 
No próprio tirocínio!

Aqueles qu'em português
Batem num gesto grego, 
E defendem-se no desapego 
De duas, não de três!

A reincidência 
Por traço d'impunidade,
E a pura arbitrariedade 
Da "inocência"!?

A estranha realidade 
Do mesmo auto-golo,
E o mesmo "tolo"
Ser da sociedade!?

Lá dessa formação 
De grandes valores éticos, 
E vingarem sempr'os mesmos métodos 
De corrupção!

Essa estranha coincidência 
D'haver sempre um Ferrari
E ninguém nisto parar
Esta cadência...

Esta estranha obsessão  
De não terem penáltis,
E mutantis, mutatis,
Uma expulsão!!?

Vingar o quarto amarelo 
Por vinte jornadas seguidas, 
E ainda sobrarem vidas 
Pr'o grande duelo!!?

Bravo!
É esta estranha realidade,
Que me dá vontade
D'abalo!

Ir pr'a outro país 
Onde se respire liberdade,
E viver numa mentalidade
D'outro cariz!

Não esta estranha visão 
Dum país d'obcecados,
Um bando de frustrados 
Sem legalização!

Soa tud'a falso 
Por aquela banda,
E até quem nisto manda 
Permit'o assalto!

É a banca,
São os poderes centrais,
São as autarquias locais,
É o país de tanga!!

Tudo lhes pertence
A essa horda de "campeões",
Sim, são muitos milhões,
Do benfica ao Damaiense... 

Esta imensa cartilha
D'ódios vituperados, 
E "paineleiros" encartados 
Com um cabecilha!

Esta horda de gente 
Que nos tenta alienar,
Pr'a se poder ganhar 
"...dez anos mais à frente"!

Tenho muita pena 
D'aqui ter nascido, 
E o país continuar contido 
Nesta realidade hodierna!

Onde gente que se quer salutar 
Gosta d'assim vencer,
Porque pr'a eles perder 
É capitular!

E saudosos da mentalidade 
Do velho regime,
Fazem-nos crer num filme 
De plena liberdade!?

Ai, quem me dera,
Qu'o desporto não fosse um espelho,
E que não vingasse o "velho"
Ainda nesta era!

E o Chapecoense,
E a sua imensa tragédia, 
Virasse a nossa triste comédia 
Circense!

E depois na "Tv Pública"
Tomada p'lo Lampião de Paredes,
Vermos as nossas redes 
Pejadas de tal gente lúdica...

E no resto do espectro 
Só "jornalistas" de cartilha,
E em tod'a Tv a camarilha 
Do ceptro!

Vão ser todos campeões 
As "virgens ofendidas",
E Orelhas já tem garantidas 
Mais informações!!

Vou respirar pr'a biosfera 
Qu'aqui o ar está rarefeito,
E crer qu'o Universo ainda é perfeito...
Ai, quem me dera!!

S'isso acontecer 
Acredito no imenso arbítrio, 
E qu'o Universo, no seu sítio, 
Ainda os pode vencer!!

Joker

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